AS SANTAS PASSEIAM NO INFERNO …

Santa não desiste, se cansa. A Santa tem essa coisa de ir até o fim, esgotar todas as possibilidades, pagar pra ver. A Santa paga mesmo. Paga caro, com juros e até parcelado. Mas não tem preço sair de cabeça erguida, sem culpa, sem "E se"! A Santa completa o percurso e ás vezes fica até andando em círculos, mas quando a Santa muda de caminho, nossa, é fim de jogo para nós. Enquanto a Santa enche o saco com ciúmes e saudade, para de reclamar e agradeça! Porque no dia que a Santa aceitar tranquilamente nos dividir com o mundo, a Santa ficou mais compreensiva, a Santa parou de se importar, já era. Quem ama, cuida! E a Santa cuida até demais, mas dar sem receber é caridade, não carinho! E elas estão numa relação, não numa sessão espírita. A Santa entende e respeita nosso jeito, desde que nós a supramos pelo menos o mínimo das suas necessidades, principalmente emocionais, porque carne tem em qualquer esquina. Muitos homens não sabem, mas além de peito e bunda, a Santa tem sentimentos, quase sempre a flor da pele. São damas, não dramas, procurem entendê-las. Santa não é boneca inflável, só tem quem pode! Levar muitos corpos pra cama é fácil, quero ver conquistar corpo e alma de uma mulher que na verdade são verdadeiras SANTAS.

EM RESPOSTA A ALGUMAS PERGUNTAS… UM CARNAVAL MEU.

O Carnaval está  aí, e uma boa parte do povo que curte a folia só pensa em…
…Sexo!
Isso me lembra muito um Carnaval onde conheci uma mulher gatíssima em uma casa de veraneio na Costa Verde do Rio de Janeiro.
Imagine o que seria um relato de Carnaval que até mesmo maiores de idade se proíbem de viver… Consegue saber do que se trata? Não? Então a história a seguir vou mostrar.
Na minha adolescência, nos carnavais, eu costumava frequentar a casa de um amigo do meu pai. Muita gente ia para aquela casa, que era enorme… Em um determinado ano, nós contamos 63 pessoas alojadas simultaneamente naquele casarão, que ainda estava em construção.
Aquela gente toda se espremia dentro daquela casa enorme de dois andares, com 6 suítes, as paredes sem o reboco, um quintal gigante, quilômetros de varanda, a fachada ainda inacabada, só no tijolo mesmo, as portas improvisadas com a madeira dos andaimes…
…E em um ano (não me lembro qual), tinha a Paula.
Ela era bem magra, um pouco alta, formosa, os olhos castanhos, o cabelo ondulado. Tinha os lábios finos, a pele morena clara e algumas sardas nas bochechas. Era espevitada, alegre, no auge dos seus 24 ou 25 anos e com um espírito carnavalesco bem aflorado.
Essencialmente, ela estava ali pro que der e vier. Ou seja: pra quem chegasse, ela viria e daria. Trocava olhares maliciosos e indiretas provocantes com quase qualquer um. Fazia parecer que era brincadeira, ainda que queria que entendessem que ela falava sério. Era notável.
O azar da Paula foi ter se enturmado justamente comigo.
Eu me explico: normalmente, tenho que ter um porquê pra tudo. Era bem devagar com mulheres e preferia a conexão com a natureza ao invés das músicas baianas fajutas com suas coreografias cheias de gestos apontando para os genitais e os caprichos de casos superficiais de Carnaval. Pra mim, onde havia carne “de graça”, havia desgraça.
Cansei de contar a quantidade de vezes em que dispensei o que é agradável aos olhos porque sabia que não alimentaria minha alma. Não porque eu fosse “santo”, mas sim porque eu era muito tímido e muito, muito, muito idealista mesmo.
A primeira coisa que notei por trás de todos aqueles adereços da Paula foi que ela tinha nas suas entrelinhas um leve “quê” de mal alimentada, de triste, de abatida.
Numa noite – talvez no Domingo de Carnaval, talvez na Segunda – fomos para a praia: eu, a Paula e o Ricardo – um amigo que eu já conhecia desde a infância, companheiro de muitas outras furadas carnavalescas.
Era quase meia-noite, mas ainda estávamos com as roupas de banho, como se costuma fazer quando se está numa praia quente o dia inteiro, num verão do Rio. Na areia, havia um quiosque envelhecido que já estava fechado. Lembrava um velho de barbas longas. Era feito de madeira escura e palha ressecada, com uma mesa grande e rústica de madeira, com bancos longos, fincados no chão, colocados para o lado que fica a água.
O bloco de carnaval já havia passado por lá, raptando feito um Flautista de Hamlim as pessoas agitadas, deixando para trás muita sujeira, latinhas de cerveja e poças da água que refrescara o povo. Portanto só havia uma frágil iluminação dos novos refletores erguidos bem alto, projetando a sombra do quiosque sobre a mesa em que estávamos. A Lua estava ausente. Havia uma brisa fria, os sons monótonos das ondas e o farfalhar da palha junto com o nhec-nhec dos bancos e da mesa de madeira, que reclamavam. Pisando descalços sobre aquela areia brevemente gelada, só nós três: eu, a Paula e o Ricardo.
Por trás do chuá das ondas, a música soava lá longe, com seu ritmo envolvente. Pela distância, sabíamos que o volume era muito alto. Dava pra perceber que muitas das pessoas que decidissem ficar mais próximas daquelas caixas de som acordariam com seus ouvidos zumbindo no dia seguinte. À distância, dava pra notar um tumulto de gente perto do trio elétrico e eu me perguntava: “pra quê?”
Conversávamos na tal mesa no meio da penumbra, e uma atmosfera bem mais íntima se formou entre nós três. Podíamos falar baixo, e ainda assim nos ouvíamos perfeitamente. Fora o som das ondas, das músicas ao longe, da madeira e da palha, não havia mais nenhum outro ruído naquele lugar.
Após alguns minutos de conversa jogada fora, a Paula inventou de sambar com o restinho de som que se podia ouvir lá na outra ponta da praia. Ela levantou e ficou parada… Depois começou um pouco tímida, apenas insinuando o ritmo… Depois se sentiu mais confortável para se empolgar um pouco mais. Não muito, mas apenas o suficiente para pararmos de falar e olharmos a Paula, notando finalmente o que ela estava fazendo.
Percebemos, naquele momento, o quanto ela queria chamar nossa atenção. Éramos dois homens e uma mulher em uma praia deserta num Carnaval. Ela estava apenas de shortinho jeans e a parte de cima do biquini vermelho, com um sorriso leve no rosto. Era bonita de se ver e muito desejável. A partir dali, aquela cena tinha tudo para se tornar um verdadeiro conto de carnaval proibido para menores.
Mas foi aí que, pra sorte da Paula, o imprevisto aconteceu.
Provavelmente refletindo sobre o que tinha percebido daquela mulher durante toda a temporada até então… No meio do silêncio que se fez, onde só restaram as insinuações da Paula… O Ricardo, que estava um pouco aéreo por causa de algum drinque que havia bebido… Sem dó nem piedade, com uma expressão imóvel e séria… Uma voz mansa e reta… Olhos semicerrados e alguma dose de cuidado, compaixão e confronto, lançou:
“Pra que você tá fazendo isso com a sua vida?”
Sim, ele fez. Leia novamente.
Muitos vão dizer que aquela foi a coisa mais idiota que se pode fazer com uma mulher daquelas, naquelas circunstâncias, em um Carnaval. Acontece que estas são as pessoas com uma visão de curto prazo, que mal podem esperar para terem seu próximo orgasmo e estão desesperadas para não perderem nenhuma chance disso acontecer em uma aventura casual.
Sinceramente, estas são pessoas com quem eu não tenho muitas afinidades. A verdade é que naquele instante eu senti muito orgulho de ser amigo do Ricardo, porque aquela pergunta foi feita no momento certo, no lugar certo, pra pessoa certa. Hoje, como um coach, eu vejo atônito:
Foi a pergunta perfeita!
O mais esquisito é que o Ricardo não era, exatamente, um santo. Muito pelo contrário: ele costumava ser um verdadeiro “putão” nessas horas. É extremamente inteligente e talentoso, mas não era dado a moralismos. Não sei o que deu nele naquele momento. Só sei que deu muito certo.
O que se seguiu foi um misto da Paula ficar sem graça com uma série de confissões trocadas entre os três. Ela pediu desculpas e, sem ter onde enfiar a cara de tanta vergonha e medo de ser exposta, sentou-se novamente em um dos bancos fincados na areia.
O assunto se dirigiu para o desejo de se ter um relacionamentos de verdade: com amizade, companheirismo e vínculo duradouros. Falamos sobre a influência da folia carnavalesca, que destrói um pouco mais dessa noção saudável a cada ano que passa e deixa as pessoas cada vez mais inseguras, ciumentas e não confiáveis.
Falamos sobre como é infinitamente mais sublime fazer amor com quem a gente ama e conhece de verdade. Falamos sobre o tipo de pessoa com quem se sonha casar. Sobre como é divino ter acesso a prazeres muito mais intensos ainda, quando temos essa pessoa nossa, em uma entrega total em todos os sentidos, dos dois lados.
E a Paula, finalmente, confessou que estava se sentindo muito só, que queria um namorado, que sentia muitas saudades de uma pessoa com quem havia terminado um relacionamento há poucos meses.
Ou seja: até então, fazendo como a massa faz no Carnaval, em sua busca por “atrair um macho”, sem perceber, ela estava tentando “tapar o Sol com a peneira”.
É interessante, porque no fundo, no fundo, o que pessoas como a Paula querem mesmo é ser chamadas de “amor da minha vida”. Sexo num Carnaval, para elas, é apenas a superfície de um desejo muito mais amplo e profundo de receber, além do sexo, muito carinho e atenção. É uma solução ilusória, falsa, para uma aspiração bem mais nobre e permanente.
Posso estar errado, mas penso que todas as pessoas têm uma vontade íntima de pertencer de verdade a alguém que saiba recebê-las. O problema acontece quando tentamos alcançar esse pertencimento perdendo o respeito por nós mesmos a ponto de nos entregarmos a qualquer um, por nada.
Sexo, fantasias, jogos eróticos e prazeres intensos não são proibidos. Violar a si mesmo e aos nossos próprios valores: é aí que mora o perigo.
Esse era o caso daquela garota. Depois daquela conversa, a Paula mudou sua atitude completamente. Não estava mais “pra jogo”. Durante o resto do Carnaval, tornou-se alguém completamente diferente. Estava ali para fazer novos amigos, pra caminhar, pra aproveitar o mar. Estava tomando o feriado para refletir sobre si mesma, sobre o seu relacionamento antigo, sobre como solucionar sua solidão. Estava junto de si mesma, procurando se entender mais.
Sim, ela também foi pra folia! Sim, ela dançou bastante, em blocos. Mas, agora, suas expectativas eram outras, e isso trouxe cores totalmente novas. Ela estava presente para si. Agora ela dançava porque amava música, não porque queria ser comida com os olhos.
A Paula foi de “quero ter orgasmos com o primeiro que aparecer pra esquecer meus problemas” para “quero resolver minha vida e liberar toda essa energia sexual loucamente em mil aventuras de múltiplos orgasmos apenas com o homem que eu amar de verdade e que fizer por me merecer”. Com isso, ficou muito mais autêntica e transparente – o que teve o efeito de deixá-la mais atraente, muito mais bonita e interessante ainda.
Seu rosto estava iluminado. Ela não era mais um “pedaço de carne com as medidas exatamente desejáveis”, mas sim um ser humano em um momento consciente. Bom de se conversar, de se estar perto. Tudo por causa de uma pergunta perfeita: executada na hora certa, no lugar certo, com a pessoa certa.
Alguns dias depois, o Carnaval terminou.
E eu nunca mais soube da Paula.
Eu adoraria ter sido o agente “estopim” daquela mudança. Esse é o tipo de pergunta que eu gostaria muito de ter feito! Mas, dessa vez, estou falando apenas sobre o que testemunhei, não sobre o que fiz.
Não é possível ressaltar por completo o poder que existe no ato de se refletir a partir de perguntas que, ainda que simples como estas, quando feitas no momento certo e da maneira certa, sejam capazes de transportar as pessoas na hora para horizontes mais felizes, plenos e transformados.
Agora, esqueça a Paula, por um momento… Porque a sua vida pode não ter nada a ver com a vida que ela levava naquele instante… Mas certamente muitas de suas maiores transformações estão à sua espera, aguardando para que você tome consciência de que precisa delas.
A questão é: você quer esperar o acaso lhe entregar de bandeja as lições, ou quer adiantá-las?
Pense sobre si mesmo e onde você se encontra hoje em sua vida. Qual é o seu destino? O quanto você está impedido de conseguir o que quer, neste momento? Você quer acelerar o seu caminho? Deseja, também, encontrar mais plenitude nos seus dias? Se você quer refletir em um nível muito profundo, capaz de trazer você de volta à sua essência verdadeira, é importante entender mais sobre si próprio.
Uma das ferramentas cruciais para lidar com seu desenvolvimento próprio é a compreensão mais aprofundada das suas emoções. Se você está pronto para entender se é capaz de transformar as suas, então você pode aprender mais na ferramenta de autoavaliação

IGOR HUNSAKER.

hunsaker

Sou o que sou. Sou incoerente por vezes, sou sonhador sempre, temo o desconhecido sem contudo deixar de arriscar, tenho planos e projetos, construí e ví cair em minha frente castelos. Como um anjo voei aos céus mas longínquos, e como um cometa caí. A queda me machucou, contudo me fez mais forte. Sou falho e impreciso. Simplesmente indefinível, enfim sou apenas um IGOR mas, o IGOR HUNSAKER.

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