Quer acabar com a saúde mental e emocional de um resenhista?
Leia os meus superconselhos para alcançar esse objetivo…
Eu sei, eu sei.
Se você, que é relabora, deve estar se perguntando o que você pode fazer para deixar a pessoa que vai resenhar seu relato, seu caso, puta da vida com você.
A angústia é gigante, há tantas maneiras de irritar… qual seria a mais adequada?
Como selecionar?
Existe uma sequência?
Bom, não se aflijam.
Hoje, eu só paro de escrever quando a lista estiver completa.
1) Exija que a resenha seja gratuita e fique ofendida se a resposta for “não”
O papel do resenhista é servir apenas A VOCÊ. Desta forma, mande um e-mail bem arrogante, deixando claro o privilégio que O RESENHISTA tem em tocar os dedos no precioso nenê gestado por você. Ofereça o privilégio como pagamento. No caso de haver recusa, faça como o Quico e não se misture com essa gentalha incapaz de reconhecer um Jabuti de Literatura à distância.
2) Pentelhe o resenhista todos os dias da vida dele, até ele infartar
A sua meta deve ser lembrá-lo todos os dias de sua resenha até ele escrever. Ou infartar e morrer. Nesse caso, se ele não tiver gostado, você ainda pode conquistar o benefício de não ter uma resenha negativa. Ou você pode ser mandado à merda. Pra quem gosta de adrenalina, é uma excelente opção.
3) Não agradeça
Quando um resenhista recebe dinheiro, ele está sendo pago. Portanto, “obrigado” está fora de cogitação. Se não for pago, lembre-se de usar a estratégia de oferecer o privilégio da leitura no lugar de golpinhos (oba minhas etc.) e ignore que resenha gratuita é uma gentileza e não uma obrigação. Inclusive, use a seguinte frase “O universo gira em torno do meu livro”.
É digno de Nobel.
Alô, Suécia!
4) Não aceite a opinião e o difame
Caso você seja pega de surpresa por uma resenha negativa, não sofra e nem tente avaliar se há aspectos a serem construídos na sua obra a partir do ponto de vista do crítico. Você está pronta, seu filho é lindo e o resenhista é feio, bobo, chato e cara de melão. Diga isso pras pessoas. Confirme que aquele crítico/site/portal/mundo se aproveitam de sua nobreza. Mesmo que não consiga difamar ninguém, pode acabar gerando atenção para o seu livro e engando a galera que gosta da treta, fazendo-a comprar algo que pode nem ser tão bom.
Não há publicidade ruim, certo?
5) Diga coisas como “O pessoal da Folha não faria isso”
Diminua as pessoas. Diga “Isso que dá pedir pra gente pequena fazer as coisas”. Ofenda os resenhistas, chamando-os de descompromissados e lentos. Coloque-se como Hemingway e coloque os críticos como se fossem crianças se alfabetizando. É um comportamento bastante generoso, cortês e, com certeza, profissional.