Sou casada, mas meu marido não tinha férias na data pretendida e nossa grana estava curta.
Como era meu sonho passar um natal em Nova York, ele super apoiou – mesmo que ele não pudesse estar junto. Aproveitei e procurei uma agência e me inscrevi em um curso de inglês de 2 semanas. Agora, meu sonho é voltar com o meu marido. Porém vou para Montreal estudar dois meses sozinha em janeiro e com certeza irei para Nova York de novo para passar pelo menos 3 dias. Quando estive em Nova York, fiquei em uma residência estudantil chamada 92Y Residence, maravilhosa. Fechei 15 dias de residência juntamente com o curso, mas eu queria chegar 3 dias antes e aluguei um quarto com uma moça que encontrei por um grupo do Facebook. Mas não chequei a localização. Chegando lá, tive que ir lá para os confins do Brooklyn no inverno. Era muito longe. Cheguei no meu destino e chamei – a moça que me alugaria o quarto não atendia. De repente, vejo um moço olhando pela cortina da janela e ele abre a porta, me olha dos pés à cabeça e fala: Get away! It’s not a house. Eu atravessei a rua correndo. Como era dezembro, escureceu rápido. Fui pegar meu telefone e só tinha 5 % de bateria. E me dei conta que não conseguia mas digitar, pois eu estava de calça jeans , moletom e tênis! Estava muito frio e minhas mãos muito roxas. Eu sentei na calçada e comecei a chorar. Um homem passou e jogou um par de luvas em mim. Esquentei minhas mãos, consegui pegar um sinal de wifi de algum lugar e só deu tempo de mandar um áudio para o meu marido chorando falando que estava perdida! Ele ficou desesperado, desesperou meus pais e minha mãe ficou com a pressão alta achando que me sequestraram pra virar escrava sexual! Parei uma moça na rua, tentei contar a história para ela e ela ficou com medo de mim, eu acho. Ela me levou para um restaurante para eu me aquecer e me acalmar para explicar melhor, porque eu estava falando metade inglês, metade em português, batendo o queixo de frio e chorando. Ela me emprestou o celular dela e eu usei o Facebook para falar com a moça que me alugou o quarto, mas ela não respondia! Tive a idéia de ir no grupo e chamar no chat a primeira pessoa que eu visse que morasse em Nova York. Vi a Geórgia Rocha. Ela me pediu o número da moça que estava comigo e pediu que ela me deixasse no metrô para pegar a linha certa. Cheguei na estação e a Geórgia estaria me esperando. A hora que eu vi uma moça procurando alguém, eu já fui e abracei mesmo sem nem saber se era ela! Ela me levou para a casa dela, emprestou uma roupa e me levou para uma festinha. No final das contas, meu marido entrou em contato com a moça que ia me receber e ela disse que deu o endereço errado porque, quando digitou, estava de luva! E que se eu fosse uma menina esperta, teria procurado qualquer lugar com Internet para me comunicar com ela. Bem, na hora do nervosismo a gente não fica muito racional e eu tentei contato, mas ela não respondia.
Sempre fui muito dependente dos meus pais, depois do meu marido, e, quando viajei sozinha, logo para essa grande cidade, vi que eu só podia contar comigo mesmo na viagem. Aprendi a curtir minha própria companhia e vi que sou capaz de me virar sozinha também. Foi libertador e muito importante para mim.”
Qual o conselho que daria para quem está pensando em viajar sozinha para Nova York?
Programe-se o máximo que puder. Faça as coisas com antecedência e aproveite mais. Eu tirei meu visto faltando um mês para a viagem e como consequência, comprei as passagens em cima da hora e acabei pagando bem mais caro. Faça também uma lista de lugares que você não pode deixar de conhecer – mas também saia sem rumo às vezes e explore lugares que não são tão conhecidos mas que também são mágicos. Outro conselho: eu achava brega mas leve pau de selfie! Ajuda muito!
Qual é a parte mais legal de viajar sozinho?