AS SANTAS PASSEIAM NO INFERNO …

Santa não desiste, se cansa. A Santa tem essa coisa de ir até o fim, esgotar todas as possibilidades, pagar pra ver. A Santa paga mesmo. Paga caro, com juros e até parcelado. Mas não tem preço sair de cabeça erguida, sem culpa, sem "E se"! A Santa completa o percurso e ás vezes fica até andando em círculos, mas quando a Santa muda de caminho, nossa, é fim de jogo para nós. Enquanto a Santa enche o saco com ciúmes e saudade, para de reclamar e agradeça! Porque no dia que a Santa aceitar tranquilamente nos dividir com o mundo, a Santa ficou mais compreensiva, a Santa parou de se importar, já era. Quem ama, cuida! E a Santa cuida até demais, mas dar sem receber é caridade, não carinho! E elas estão numa relação, não numa sessão espírita. A Santa entende e respeita nosso jeito, desde que nós a supramos pelo menos o mínimo das suas necessidades, principalmente emocionais, porque carne tem em qualquer esquina. Muitos homens não sabem, mas além de peito e bunda, a Santa tem sentimentos, quase sempre a flor da pele. São damas, não dramas, procurem entendê-las. Santa não é boneca inflável, só tem quem pode! Levar muitos corpos pra cama é fácil, quero ver conquistar corpo e alma de uma mulher que na verdade são verdadeiras SANTAS.

A SANTA APOSENTADA … (Paciente 2589)

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Quem escreveu isto não fui eu, foi a Iza que me convenceu e eu falei e ela escreveu como eu disse. Eu li tudo e quis que isto ficasse escrito. Não sei o que é um blog, já tinha vindo à internet com um dos meus bisnetos e agora li o que escreveram, quer o IGOR quer os comentadores e a Lena explicou-me umas coisas que eu não percebi e gosto que se fale da minha vida.

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Tenho 70 anos e sou prima da mãe da Iza. Fui puta durante 30 anos com carteira profissional. O IGOR tem razão, havia carteira de saúde, mas não por nossa causa, e sim por causa dos clientes. A diferença entre puta e prostituta é a mesma entre conduzir um carro e guiar um carro, ou seja, não há diferença. Falo por mim. Sempre usei a palavra prostituta quando estava diante da polícia ou no médico. Entre nós e com os nossos homens éramos putas. Eu não tinha relações sexuais, isso é de há uma dúzia de anos.

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Nós íamos p’ra cama com os homens, fazíamos os homens e quando estávamos mais à vontade umas com as outras fodiamos os homens. Ainda hoje moro na mesma zona onde sempre trabalhei, onde viveram os meus pais, que vendiam num mercado, onde vive a minha irmã que nunca foi puta. Eu sou casada, casei-me há 30 anos com um homem que conhecia a minha vida e que eu amo profundamente. Ele ajudou-me a mudar de emprego como se calhar os vossos homens e mulheres já os ajudaram a mudar de emprego também. Tenho a certeza que todos vocês têm uma profissão, como tem a minha filha, os meus netos e os meus bisnetos e eu também tinha, era o que eu sabia fazer. Os corredores e os jogadores de futebol não usam as pernas? Os artistas de circo não usam o corpo para se contorcerem? Eu usava o corpo para viver, usava o que normalmente temos tapado mas também as mãos e a boca e digo muitas vezes que hoje se usa a boca para fazer coisas horríveis e muito nojentas e não têm nada a ver com o que eu fazia.

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Tinha clientes fixos como eu sou hoje cliente fixa do café da esquina. Não vejo diferença. Umas pessoas escrevem, outras dançam, outras percebem de informática e são craques nessas coisas. Eu fazia-os vir depressa para receber e esperar por outro. Muitas vezes era mãe, irmã, amiga, psicóloga, outras vezes era só para despejar. A polícia chateava de vez em quando mas era porque eram acusados de fazer pouco e então iam às putas. Esta expressão era utilizada porque nos chateavam e porque muitas vezes nos obrigavam a trabalhar sem nos pagar.

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A minha filha é filha dum cliente que tive muitos anos e que a perfilhou. Não é fácil ser filha duma puta. No bairro, um das sete colinas de Caxias, toda a gente se conhecia e uma era vendedeira, outras lavadeiras, eu sou do tempo das lavadeiras, outras eram mulheres a dias como se diz hoje, naquela altura, dizia-se que serviam, e até havia uma que trabalhava na construção civil. Na rua falávamos todas umas com as outras mas elas não queriam que as filhas brincassem com a minha. E eu ofendia-as. Dizia-lhes como eram os homens delas na cama e eles nem eram meus clientes.

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Mas doía-me que não deixassem a miúda brincar e usava as armas que tinha. Elas eram as mulheres eu era a puta. Há ou havia mais diferença entre mulher e puta do que entre puta e prostituta. Eu trabalhei numa casa e na rua. Conheci o meu marido na cama como se calhar vocês conheceram os vossos nos sítios onde trabalham. Lembro-me de ver um filme onde o protagonista trabalhava com merda de elefante, era um filme cômico e ele até era doutor e analisava a merda como também analisam a nossa se estivermos doentes. É preciso pessoas para tudo. Tenho a quarta classe, sei ler e escrever, mas mal.

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Os meus pais obrigaram-me e ainda bem a ir à escola, mas depois desisti porque era preciso arranjar dinheiro para comer. Acho que hoje há também muitas putas porque não querem fazer mais nada. É fácil ou pensam que é fácil. Vender prazer é esgotar o nosso prazer. Eu agradeço eternamente ao meu marido por me ter amado desde o primeiro instante, mais do que por me ter tirado da vida. É que eu ainda tenho prazer com ele.

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Naquela altura não havia mais nada para fazer. Ou íamos p’ra cama com os homens ou passávamos fome. Também quero dizer que já havia homens que davam o cu e muitos. Mas aqueles que queriam mulher não queriam mais nada e os que queriam miúdos não iam às putas. Não havia concorrência. Isto foi um favor que eu fiz mas fico satisfeita de pessoas com cultura falarem de gente como eu.

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Se eu pudesse mandar não havia putas, mas como há é como os buracos na estrada, caímos lá dentro mesmo que até desviemos o carro.

Obrigada

HUNSAKER

 

hunsaker

Sou o que sou. Sou incoerente por vezes, sou sonhador sempre, temo o desconhecido sem contudo deixar de arriscar, tenho planos e projetos, construí e ví cair em minha frente castelos. Como um anjo voei aos céus mas longínquos, e como um cometa caí. A queda me machucou, contudo me fez mais forte. Sou falho e impreciso. Simplesmente indefinível, enfim sou apenas um IGOR mas, o IGOR HUNSAKER.

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