AS SANTAS NO CONFICIONARIO….
- 7 anos atrás
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- por hunsaker
Quatro SANTAS que foram para a cama no primeiro encontro comentam a experiência e mostram que, quanto mais conectadas ao próprio desejo, menos se preocupam com o que os outros vão pensar.
Seus parceiros também não viram motivo para adiar a transa quando os dois querem.
Para um homem, querer sexo no primeiro encontro é considerado ‘natural’ e, conseguir, uma façanha socialmente valorizada. Para uma mulher, ainda é um risco. Se ela vai para cama com quem quer, na hora em que bem entender, pode ser considerada ‘fácil’ ou alguém que ‘não se valoriza’ – assim, o valor social da mulher pode ser abalado em função de seu comportamento sexual.
Paciente 74859
As pessoas sempre se perguntam o que o cara vai achar da mulher quando ela transa com ele na primeira noite. E nós, o que achamos deles? Conheci o Paulo na saída de uma festa, em uma danceteria, e transamos logo depois. Achei que ele era um safado que comia uma por noite. Mas, como não estava esperando nada, tudo bem. Não imaginei que ele fosse me ligar no dia seguinte. Nunca vinculei sexo a amor. E acho triste que, depois de anos da tal libertação feminina, as mulheres continuem se colocando nessa posição de ‘esposa’. Acho que sexo tem de ser na hora em que dá vontade. O tempo não pode ser determinado. Às vezes você resolve esperar um mês, chega na hora e é uma droga. Você cria muita expectativa, fica tão nervosa. Naquela noite, eu tinha comprado um vestido novo, lindo. Quando saí da festa, dei de cara com o Paulo, ele veio atrás. Tudo aconteceu rapidamente. Só lembro da amiga que estava comigo dizendo que eu era louca. Sempre tive namoros longos. Mas, quando conheci o Paulo, estava numa fase de ‘vou traçar todos’. Não pensei em nada. No dia seguinte, tomei o maior susto quando ele me ligou. Aí pensei em fugir. Não queria me envolver. Mas a coisa sempre acontece quando você menos espera. Deu no que deu: nossa história já tem quatro anos.’
Paciente 64758
Depois de uns dez dias teclando e falando com Enzo por telefone, fui conhecê-lo ao vivo. Estava decidida a não dar logo de cara. Na noite anterior, eu tinha transado, no primeiro encontro, com outro sujeito que também conheci na internet. Além disso, desconfiava que Enzo fosse gordo, baixinho e careca. Combinamos de ir jantar. Ele veio me pegar e já gostei. Nosso papo foi bom, fomos os últimos a sair do restaurante. Como era segunda-feira e não tinha mais nada aberto, Enzo me convidou para continuar a conversa no apartamento dele. Até aí, só tinha rolado um beijo na testa e um selinho na boca, meio sem querer, pelo qual ele até pediu desculpas. Mas lembro que, no meio da conversa, Enzo falou sobre um tal ‘manual de regras e procedimentos’ que as mulheres costumam pôr à frente de suas vontades e sentimentos. Aceitei ir para o apartamento dele e não segui o manual nem por cinco minutos. Chegamos, ele ligou o som e, em seguida, já estávamos na cama. Depois, menti: disse que nunca tinha transado com um cara tão rapidamente, que ele era o meu primeiro homem depois de um namorado de três anos. Às 5h da manhã, ele me deixou em casa e ficou de ligar. Só Deus sabia se era verdade. Logo cedo Enzo ligou e marcou de passar em casa depois de um jantar de negócios. Nesse dia, não transamos, porque tenho duas filhas pequenas que estavam em casa. Começamos a nos ver todos os dias. Em geral, eu ia para a casa dele. Mas um dia minhas filhas me perguntaram sobre ele, eu contei, e Enzo passou a dormir toda noite lá em casa. Estávamos praticamente morando juntos há uns quatro meses quando um dia, antes de ele sair numa viagem de negócios, tivemos uma briga. Nem lembro direito o motivo, mas sei que, no meio da conversa, ele disse que eu era muito certinha. Então, peguei a minha agenda e mostrei tudo o que eu tinha anotado sobre minha vida sexual nos últimos tempos: todos os caras com quem tinha transado recentemente – a maioria deles, no primeiro encontro. Tivemos uma conversa que salvou nosso relacionamento, tudo melhorou depois que me abri com ele. Eu nunca fui santa, mas às vezes acho que criava essa impressão. Já fingi que seguia o tal ‘manual de procedimentos’ porque não é todo homem que é como o Enzo.’
Paciente 64776
Em 1999, eu fui para Paris encontrar um namorado, mas, quando cheguei lá, ele estava com outra. Fiquei um tempo morando com uma amiga que também tinha tomado um fora. As duas querendo sair para esquecer. Numa dessas, ela marcou com uns amigos em um barzinho e foi assim que conheci o Jean. Ele parecia sério, seguro de si, mais velho. Às 2h da manhã o bar fechou e a turma toda foi para a casa do Jean, mas nessa noite só conversamos. Na semana seguinte, minha amiga deu uma festa no apartamento dela e dessa vez eu e ele ‘ficamos’. No fim da festa, minha amiga estava com um cara, e eu não tinha onde dormir [o apartamento era um estúdio, sem divisórias]. O Jean me convidou para ir para a casa dele. Fui, mas não pretendia transar. Eu não transei de noite… mas transei de manhã. Tive medo de passar uma imagem de ‘brasileira fácil’, aquela coisa de samba e Carnaval. Achei que nosso caso ia durar pouco, mas casamos em junho deste ano. Na França, transar logo de cara é normal, porque lá não existe essa cultura do ‘ficar’. Se você dá um beijo, é porque pretende ir para a cama. Aqui no Brasil, eu ficava muito, mas só transava com namorado. Se fosse transar com cada um que eu fiquei, ia pegar mal. Não que eu ache que transar logo seja um problema, mas tenho muita amiga que acha. Eu fiz duas faculdades. Na de Ciências Sociais, era mais comum rolar coisas desse tipo. Na faculdade de Letras, tive amiga que casou virgem.’
Paciente 43526
Fora os namoros de adolescência, não me lembro de nenhum que não tenha começado com uma transa no primeiro encontro. Em geral, tomo a iniciativa. Com o Pin não foi diferente. Eu o conhecia de vista, mas nós éramos casados. Aí eu me separei, ele também. A gente se reencontrou na casa de uma amiga comum. Eu tinha cortado o cabelo e ele disse: ‘Você está maravilhosa!’. Eu, que nunca tinha reparado nele, pensei: ‘Quem é esse cara mesmo?’. Aí armei: liguei para ele e uma amiga convidando para um passeio com as crianças, porque todos nós temos filhos. Depois fomos almoçar em casa. À noite, os amigos foram embora, foi ficando tarde, eu disse que ele podia dormir lá… Isso já faz dois anos, um ano depois ele e o filho se mudaram para minha casa. Acho que se você gosta de fazer sexo, faz. As pessoas às vezes não transam com medo do que os outros vão pensar, ou então é trava mesmo. Outro dia li numa pesquisa que só 30% das mulheres atingem o orgasmo. Se a fulana nem tem prazer, por que vai ficar transando? Também existe o medo de se expor e depois o cara sair fora. É um risco, mas não dá para dizer: ‘Ele me usou e foi embora’. Isso seria desconsiderar o prazer da mulher. Afinal, a gente também se diverte.
HUNSAKER
Sou o que sou. Sou incoerente por vezes, sou sonhador sempre, temo o desconhecido sem contudo deixar de arriscar, tenho planos e projetos, construí e ví cair em minha frente castelos. Como um anjo voei aos céus mas longínquos, e como um cometa caí. A queda me machucou, contudo me fez mais forte. Sou falho e impreciso. Simplesmente indefinível, enfim sou apenas um IGOR mas, o IGOR HUNSAKER.