AS SANTAS PASSEIAM NO INFERNO …

Santa não desiste, se cansa. A Santa tem essa coisa de ir até o fim, esgotar todas as possibilidades, pagar pra ver. A Santa paga mesmo. Paga caro, com juros e até parcelado. Mas não tem preço sair de cabeça erguida, sem culpa, sem "E se"! A Santa completa o percurso e ás vezes fica até andando em círculos, mas quando a Santa muda de caminho, nossa, é fim de jogo para nós. Enquanto a Santa enche o saco com ciúmes e saudade, para de reclamar e agradeça! Porque no dia que a Santa aceitar tranquilamente nos dividir com o mundo, a Santa ficou mais compreensiva, a Santa parou de se importar, já era. Quem ama, cuida! E a Santa cuida até demais, mas dar sem receber é caridade, não carinho! E elas estão numa relação, não numa sessão espírita. A Santa entende e respeita nosso jeito, desde que nós a supramos pelo menos o mínimo das suas necessidades, principalmente emocionais, porque carne tem em qualquer esquina. Muitos homens não sabem, mas além de peito e bunda, a Santa tem sentimentos, quase sempre a flor da pele. São damas, não dramas, procurem entendê-las. Santa não é boneca inflável, só tem quem pode! Levar muitos corpos pra cama é fácil, quero ver conquistar corpo e alma de uma mulher que na verdade são verdadeiras SANTAS.

…jovem de apenas 27 anos, bonita e ambiciosa…

PACIENTE  3018-15

Enquanto passava as marchas de seu automóvel recém-comprado, Márcia pensava sobre seu futuro. Após ter em mãos o seu diploma de arquiteta, conseguido há cerca quatro anos – o que lhe possibilitou o início de uma intensa atividade profissional, tratou logo de especializar-se, escolhendo as finanças como área de interesse. Mas aquela jovem de apenas 27 anos, bonita e ambiciosa, não se sentia bem vivendo em uma pequena cidade do interior carioca, relacionando-se com pessoas medíocres, que preferiam as futilidades da sociedade local à cultura e às artes em geral. E, apesar de ter dois empregos, em um escritório de arquitetura e em uma construtora, sentia que precisava alçar novos vos, embora não conseguisse precisar que rota seguir…O pequeno Renault atingiu a faixa de desaceleração do estacionamento da construtora e Márcia localizou facilmente uma vaga disponível, perto da entrada principal. O relógio de ponto marcava 08h29min, justificando a pressa de Márcia para a reunião marcada com dois consultores de uma firma da capital. Ela já os conhecia: Gustavo, com quem tivera um ligeiro affair e Bruno, que tinha visto muito pouco e não lhe despertara interesse. Corria tranquilamente a reunião, quando Márcia teve oportunidade conversar mais com Bruno. Apesar de não ser nenhum modelo de beleza, e um pouco tímido, ele intrigava Márcia, pois demonstrava uma inteligência incomum e um excelente nível cultural, sem ser chato ou ficar com cara de bobo. Em conversas posteriores, a sós, Bruno como que a enfeitiçava: passava de comentários sobre a pintura impressionista a críticas sobre o urbanismo, com a mesma facilidade que discorria sobre problemas da administração moderna. Essa característica de Bruno exercia especial fascinação em Márcia, pois ela se sentia muito sozinha em sua busca pela cultura. Homens como Gustavo, um autêntico amante latino, despertavam-lhe aquele desejo comum às mulheres, em relação a homens mais fortes, mas reforçavam a posição secundária da mulher. Com Bruno, no entanto, ela sentia uma espécie de masculinidade sutil; ele não a despia com os olhos, mas a olhava diretamente, como que pesquisando o seu interior. Márcia então passou a descobrir-se excitada pensando naquele homem que não forçava qualquer intimidade. Ele não, não dava pistas se estaria interessado em qualquer contato e isso a desnorteava, apesar de excitá-la cada vez mais. De uma forma meio que inconsciente, Márcia começou a imaginar uma forma de conquistá-lo, sem que parecesse uma mulher fácil ou vulgar. Teria de parecer algo inesperado, sem nenhum propósito prévio. A oportunidade surgiu com uma festa no sítio do proprietário da construtora. A propriedade era extensa, e haveria muita gente. No dia da festa, a pretexto de tirar algumas dúvidas sobre o trabalho Márcia tratou logo de puxar Bruno para um canto. Quando já estavam bastante afastados da casa principal, ambos falavam mais relaxados, mais próximos…. Márcia já sentia seu corpo exigir que algo acontecesse. Cada olhar cruzado, cada toque despretensioso, ateava-lhe mais fogo nas entranhas, deixando-a tonta. Numa dessas tonturas, quase que Márcia cai, fazendo com que Bruno a segurasse, envolvendo-a em seus braços. Naquela posição, tão perto dele, sentindo sua respiração e sentindo-se respeitada e protegida como há muito não sentia, passou a chorar, como numa catarse de todos os seus problemas. Bruno nada dizia, apenas apertava-a cada vez mais, passado a mão em seus cabelos. Com o recostar de sua cabeça no ombro de Bruno, Márcia mantinha o rosto bem próximo ao dele, sentindo o seu hálito quente. Não suportando mais tanto desejo, passou a mexer o seu corpo levemente, como que procurando uma melhor posição para ajustar-se ao corpo de Bruno. O movimento assemelhava-se à uma dança ensaiada e bem sensual, ritmada por uma distante música que se ouvia longe e fracamente. O choro de Márcia deu lugar a um desajeitado sorriso, quando Bruno espalmou as mãos em torno do seu rosto a olhou de uma forma tão cúmplice e protetora, tão segura de si e tão disponível, que finalmente ela compreendeu o que era sentir-se dependente de alguém. Necessitada de alguém. O beijo que Bruno lhe deu em seguida não foi em sua boca e sim em seus lábios; não fora nem um beijo, e sim uma leve massagem, que era completada pelo calor exalado da boca dele, forçando-a a manter os olhos fechados e a entreabrir os lábios, deixando aquele jato gostoso invadir lhe a alma. Que homem era aquele, que sem dizer uma palavra sequer, roubava-lhe toda a razão? Quem era aquele homem que, com movimentos leves, mas precisos de ir e vir com o corpo, imitava um coito em câmara lenta, fazendo-a sentir toda a rigidez do membro que mesmo protegido pela roupa, parecia estar realmente penetrando-a? Márcia sentia como Bruno deslizasse dentro dela. No momento em que atingia um orgasmo jamais conhecido, não soube diferenciar aquela penetração imaginária da língua que finalmente começava a preencher lhe a boca…

 

hunsaker

Sou o que sou. Sou incoerente por vezes, sou sonhador sempre, temo o desconhecido sem contudo deixar de arriscar, tenho planos e projetos, construí e ví cair em minha frente castelos. Como um anjo voei aos céus mas longínquos, e como um cometa caí. A queda me machucou, contudo me fez mais forte. Sou falho e impreciso. Simplesmente indefinível, enfim sou apenas um IGOR mas, o IGOR HUNSAKER.

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