AS SANTAS PASSEIAM NO INFERNO …

Santa não desiste, se cansa. A Santa tem essa coisa de ir até o fim, esgotar todas as possibilidades, pagar pra ver. A Santa paga mesmo. Paga caro, com juros e até parcelado. Mas não tem preço sair de cabeça erguida, sem culpa, sem "E se"! A Santa completa o percurso e ás vezes fica até andando em círculos, mas quando a Santa muda de caminho, nossa, é fim de jogo para nós. Enquanto a Santa enche o saco com ciúmes e saudade, para de reclamar e agradeça! Porque no dia que a Santa aceitar tranquilamente nos dividir com o mundo, a Santa ficou mais compreensiva, a Santa parou de se importar, já era. Quem ama, cuida! E a Santa cuida até demais, mas dar sem receber é caridade, não carinho! E elas estão numa relação, não numa sessão espírita. A Santa entende e respeita nosso jeito, desde que nós a supramos pelo menos o mínimo das suas necessidades, principalmente emocionais, porque carne tem em qualquer esquina. Muitos homens não sabem, mas além de peito e bunda, a Santa tem sentimentos, quase sempre a flor da pele. São damas, não dramas, procurem entendê-las. Santa não é boneca inflável, só tem quem pode! Levar muitos corpos pra cama é fácil, quero ver conquistar corpo e alma de uma mulher que na verdade são verdadeiras SANTAS.

MAIS UM RELATO MEU, PAIXÕES DE VIAGENS 01….

PAIXÕES DE VIAGENS….

Eu só queria viajar quando fui sozinho para o Peru. Não havia solidão, frustrações e expectativas. Eu me sentia aberto para o que quer que a viagem me proporcionasse. E nesse clima, estava sentado no bar do hotel na primeira noite em Cusco, vestindo jeans e moletom, folheando um guia do Peru.

Foi quando eu vi o Joice pela primeira vez. Meu coração não palpitou, flautas peruanas não tocaram e nem achei que era amor à primeira vista. Afinal ela estava do lado de fora do bar, na janela, mostrando os olhos para as pessoas lá dentro do jeito mais menina-sem-noção-nada-a-ver-só-quer-chamar-atenção possível. Mas mesmo assim eu sorri.

Na noite seguinte fui ao bar novamente, vestindo a mesma roupa (!) e ainda com o rosto queimado de sol. Mas tinha passado o dia em Machu Picchu e isso me deixava com um sorriso no rosto de fazer inveja a qualquer um de maquiagem. E nessa noite fiz muitos amigas. De repente éramos uma grande turma animada e pronta para curtir a noite em Cusco. E no meio dessa turma toda, estava a menina-sem-noção-nada-a-ver-só-quer-chamar-atenção se mostrando o olhar mais legal, divertido e sociável de todos.

E foi andando pelas ladeiras de Cusco naquela noite que aproveitei para conhecer a Joice melhor. Eu vivia um momento de transformação na minha vida: tinha começado nova faculdade  recentemente, realizando minha vontade de estudar muito mas estava procurando um novo tema que me deixasse mais feliz. E, além disso, pela milésima vez na vida, eu estava feliz sozinho, de coração vazio. E o Joice vivia exatamente o contrário: ela viajava com os amigos em clima de festa, tinha o trabalho mais diferente e curioso que eu já ouvi falar e ainda amava o que fazia. E também havia morado em Toronto, como eu, no Canada e viajado para vários outros lugares onde eu nunca havia estado. Puxa, essa Joice era interessante!

Ela só tinha um defeito. Aliás dois. Tinha 24 aninhos e não era formada. E eu só tinha duas regras para os meus relacionamentos: ter mais de 30 anos e ser formada em alguma coisa. Mas a natureza inca não pensa dessa forma. E foi naquela noite encantada em Cusco que beijei a Joice pela primeira vez. E dançamos, conversamos, bebemos e dançamos de novo.

A vida era perfeita em Cusco. Durante o dia eu passeava com as minhas novas amigas e à noite encontrava com a Joice no hotel para sairmos todos juntos. Mas no meu último dia na cidade, o clima já era de despedida e Joice me propôs: “hoje nós vamos fazer um passeio romântico só eu e você”. Deixamos nossos amigos para trás e saímos andando pela cidade, sem hora, sem rumo, com abraços e beijinhos, nos sentindo perfeitamente à vontade um com outro. E num almoço regado a vinho na varanda, de frente para a Praça das Armas eu até pensei em me apaixonar. Mas se apaixonar em uma viagem pode ser impossível. Você se entrega ao momento e corre o risco de nunca mais ver a pessoa na vida (ainda mais porque não morávamos na mesma pais). E pensando assim, me contentei apenas em me sentir querido e amado no momento. Ela podia até me dizer “você é o homem que eu preciso na minha vida” que eu acreditava sem nem pensar no futuro.

Na hora de ir embora ela me levou ao aeroporto e não fizemos promessas. Mas no momento em que entrei na sala de embarque, ela gritou meu nome e quando me virei ela mandou um beijo com um tchau. Isso só podia ser um “até breve”. E aí veio uma sucessão de surpresas: no aeroporto em São Paulo ela me ligou perguntando se eu tinha chegado bem (quem liga do Peru hoje em dia para saber se a pessoa chegou bem?) e no dia seguinte mandou uma mensagem dizendo que iria viajar de lá direto para minha casa em São Paulo (pensava que eu morava lá). E claro, isso nunca aconteceu. 

A Joice quase quebrou minhas regras. As regras que dizem que a idade importa, que o amor não existe e de que os romances de viagem são passageiros.

 Hoje sei que isso só aconteceu porque eu estava completamente entregue à minha viagem e ao meu momento. E não consigo acreditar que poderia ter encontrado o amor em outra situação que não fosse uma viagem.

É como ouvi uma vez: “do what you love, and love will find you

Igor Hunsaker

hunsaker

Sou o que sou. Sou incoerente por vezes, sou sonhador sempre, temo o desconhecido sem contudo deixar de arriscar, tenho planos e projetos, construí e ví cair em minha frente castelos. Como um anjo voei aos céus mas longínquos, e como um cometa caí. A queda me machucou, contudo me fez mais forte. Sou falho e impreciso. Simplesmente indefinível, enfim sou apenas um IGOR mas, o IGOR HUNSAKER.

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