AS SANTAS PASSEIAM NO INFERNO …

Santa não desiste, se cansa. A Santa tem essa coisa de ir até o fim, esgotar todas as possibilidades, pagar pra ver. A Santa paga mesmo. Paga caro, com juros e até parcelado. Mas não tem preço sair de cabeça erguida, sem culpa, sem "E se"! A Santa completa o percurso e ás vezes fica até andando em círculos, mas quando a Santa muda de caminho, nossa, é fim de jogo para nós. Enquanto a Santa enche o saco com ciúmes e saudade, para de reclamar e agradeça! Porque no dia que a Santa aceitar tranquilamente nos dividir com o mundo, a Santa ficou mais compreensiva, a Santa parou de se importar, já era. Quem ama, cuida! E a Santa cuida até demais, mas dar sem receber é caridade, não carinho! E elas estão numa relação, não numa sessão espírita. A Santa entende e respeita nosso jeito, desde que nós a supramos pelo menos o mínimo das suas necessidades, principalmente emocionais, porque carne tem em qualquer esquina. Muitos homens não sabem, mas além de peito e bunda, a Santa tem sentimentos, quase sempre a flor da pele. São damas, não dramas, procurem entendê-las. Santa não é boneca inflável, só tem quem pode! Levar muitos corpos pra cama é fácil, quero ver conquistar corpo e alma de uma mulher que na verdade são verdadeiras SANTAS.

ACHO QUE MUITAS NÃO ENTENDEM O QUE PENSO … Igor Hunsaker.

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Escrevi esse texto por acreditar que nele contenha todo o sentido e significado do que se espera de uma mulher que está solteira/sozinha e como a sociedade, configurada nesse modelo um pouco (demais) machista e patriarcal que vos reprime e vos objetifica…

É preciso ter coragem de estar sozinha também.

E sobre isso ninguém vos ensinou. Ninguém vai vos ensinar. Há uma normatividade rígida se impondo sobre a afetividade feminina, mas dessa vez não fala de castração. Simula liberação. Para que ela se efetive, é preciso produzir em massa uma ansiedade quanto ao sexo, um desespero por parceiros, uma incompletude que vos rouba de vosso protagonismo e vos aprisiona – sendo esse o mesmo mecanismo da sensação de insuficiência física produzida pela ditadura estética e da sensação de insuficiência emocional produzida pela cultura romântica.

A quem a insuficiência sexual está servindo?

A quem o patriarcado serve. Falar disso, embora seja claramente um questionamento sobre até que ponto vossos corpos e sentimentos são realmente e apenas vossos, fatalmente soará como moralismo. É assim que querem que vejamos.

Antes de tudo, devemos admitir que as meninas fazem sexo cada vez mais cedo e que isso reflete um problema grave de gênero, uma vez que não fazem por mero instinto, mas porque há toda uma cultura que prega a obrigatoriedade da vida sexual. Independentemente de a infância ser uma construção histórica, a sua abreviação contemporânea é um interesse mercadológico.

Elas fazem sexo para não se sentir socialmente inadequadas.Resultado de imagem para mulher sensual desenho

A quantidade de vídeos de revenge porn de adolescentes tomando as redes sociais, a quantidade de letras de música falando de “novinhas” e o investimento pesado da indústria e da mídia na erotização infantil demonstram que há toda uma legislação subjetiva determinando a hipersexualização da mulher desde muito cedo.

Tudo à nossa volta constrange, impele, coage para o sexo.

Mostrar-se sexualmente ativa, intensa e frequente é garantia de privilégios.

Ora, o patriarcado é sobre sermos coadjuvantes: dos processos políticos e de vossas vidas. À frente, sempre a figura masculina, determinando o vosso manuseio correto. Logo, não só os homens gozam de um conjunto de privilégios, é preciso também “conceder” aparentes benefícios às mulheres, incentivando a competição entre elas, para que elas acreditem que há alguma forma de premiação dentro desse sistema. E as mulheres são “premiadas” segundo diferentes critérios: submissão aos padrões de beleza, ajuste à moral e aos costumes (mulheres relacionáveis), disposição sexual e capacidade de proporcionar prazer ao homem (mulheres consumíveis)…
Na contemporaneidade líquida, os falsos privilégios femininos estão ligados especialmente ao consumo sexual, de modo que as mulheres precisam comprovar que são livres, donas de seus corpos e bem-resolvidas, mantendo uma aura de autonomia. Essa autonomia sexual precisa ser aparente, não pode representar, em hipótese alguma, uma ruptura com o patriarcado, ela é uma ficção de uso, uma licença. A apropriação da homoafetividade feminina como fetiche é um exemplo de como a liberdade sexual feminina é encarada como uma concessão. Essa autonomia também vende o produto feminino com uma garantia de blindagem emocional: a mulher bem resolvida dá menos trabalho, não precisa de tantos cuidados no trato, não se melindra com qualquer gestozinho agressivo, não demanda tanto desgaste na sua administração.

É interessante para o patriarcado que a vossa sexualidade seja estimulante, garantindo o entretenimento em longo prazo ou o descarte imediato, como todo bem de consumo. Quase vos esquecem de que existem para vós, quase vos condenam a bobas da corte.

Agora são máquinas de prazer.

Democratizam e afirmam, assim, o sexo como mercado: são todas profissionais de alguma maneira, eis o sonho machista realizado. O que não representa, de modo algum, a problematização da pornografia ou a libertação da mulher em situação de prostituição, ela permanece segregada e violável.Imagem relacionada

Esta claro como o patriarcado subverte os vossos processos e rouba a cena que juravam protagonizar.

Quantas outras causas pensam alavancar e correm esse mesmo risco? Ou já foram sequestradas e ainda não percebem? Diante de um sistema que corrompe e usurpa até mesmo a ideia de empoderamento por meio de uma sexualidade mais livre em prol do prazer masculino, o que parece definitivamente libertário? Respondo: o triunfo sobre essa ansiedade por parceiros e pela consagração sexual dentro do jogo de falsos privilégios dados à mulher. É no estado de solitude que essa solidão devastadora e insaciável perde a força. É quando tomam coragem de romper com a obrigatoriedade de um parceiro, com esse desespero por companhia e afirmação sexual que finalmente podem empregar a vossa energia em atividades diversas, que vos permitam tomar o mundo, que vos apresentem uma perspectiva de igualdade de gênero a respirar fora da guerra dos sexos. Ou o contrário: é quando empregam a vossa energia em atividades que vos façam tomar o mundo, que vos apresentem uma perspectiva de igualdade de gênero respirando fora da guerra dos sexos, que tomam coragem de romper com a obrigatoriedade de um parceiro, com esse desespero por companhia.

De qualquer modo, é preciso autoconhecimento.

A nossa intimidade sempre foi objeto de disputa e controle, nunca vos pertenceu.

Parece improvável que realmente você  venha a conhecer relações mais saudáveis e justas sem que haja uma retomada e reconhecimento dessa intimidade, para que nunca mais fique ao cálculo dos interesses culturais, sociais e econômicos traçados pela supremacia masculina. Precisam vos explorar mais, são um universo desconhecido para vós mesmas. Aprender a ficar só e a ser por inteiro, virando o tabuleiro da manipulação afetiva e sexual, pode ser um passo determinante para vos desintoxicar de séculos viciadas em submissão, competição e aprovação.

Se mesmo o vosso protagonismo em algumas questões pode ser uma ilusão de ótica, aprender a estar consigo e a preencher-se de companhias não sexuais (notem como a seriedade é imprescindível), de objetivos que vos obriguem a ir além de vós e que restaurem o óbvio – não são as vossas emoções, VOCÊS TEEN AS VOSSAS EMOÇÕES – podem ser os únicos passos concretos para a descolonização e autodeterminação femininas.

IGOR HUNSAKER.

hunsaker

Sou o que sou. Sou incoerente por vezes, sou sonhador sempre, temo o desconhecido sem contudo deixar de arriscar, tenho planos e projetos, construí e ví cair em minha frente castelos. Como um anjo voei aos céus mas longínquos, e como um cometa caí. A queda me machucou, contudo me fez mais forte. Sou falho e impreciso. Simplesmente indefinível, enfim sou apenas um IGOR mas, o IGOR HUNSAKER.

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