Mentir é a forma mais clara de descobrir
uma verdade…
Grito aos quatro ventos que eu quero honestidade e sinceridade acima de tudo.
É o que eu peço para as pessoas que me rodeiam, e me sinto seguro quando sei que estão me dizendo a verdade sobre qualquer assunto que eu apresentar, até mesmo os mais banais.
Mentir para mim não serveria de nada…
O que acontece é que, às vezes, é a mim que falta sinceridade ou, pelo menos, é assim que eu penso em um primeiro momento. O que eu tento explicar, em outras palavras, é que ter sido sincero comigo mesmo quando na realidade não era foi muito mais difícil para mim do que engolir uma mentira alheia.
“Que sentir-se valente fale uma mentira,
quer sentir-sr covarde fale a verdade…”
Menti para mim mesmo porque acreditei que seria mais fácil …
Sempre tinha acreditado que as pessoas mentiam para mim por covardia, porque todos sabemos que ser sincero é muito mais complicado. Também sabemos que na hora de dizer não ou falar uma dura verdade, entram em jogo muitos fatores que podem ser escondidos com a mentira.
No entanto, a experiência me ensinou que mentir para os outros talvez possa ser um ato de covardia (entendendo que não se pode generalizar); mas, mentir para si mesmo é um ato que faz o medo escorrer por todos os poros do nosso corpo.
Aquele que mente muitas vezes para si mesmo pode ter um problema de outra índole, mas quem mente para si mesmo em momentos pontuais provavelmente está ocultando uma verdade que lhe dá medo, e não sabe ou não quer saber. Neste tipo de situações, eu menti para mim mesmo porque acreditei que seria mais fácil seguir em frente.
A verdade é da mente e não se pode contradizê-lo
Ou melhor: não se pode seguir em frente desta forma porque as mentiras, em qualquer caso, nos levam a becos sem saída, a decepções, a sofrimento e a rompimentos (com nós mesmos ou com os outros).
Na verdade, entendi que a minha cabeça podia ocultar o que quisesse e que ela podia seguir em frente por si só, mas nunca poderia avançar por inteiro. Ela não podia enganar a minha mente: ele não podia avançar se não prestassem atenção nele. Nada podia contradizê-lo e, ao mentir para mim mesmo, só estava negando a sua verdade.
“Gosto de gente capaz de entender que o maior erro do ser humano é tentar tirar da cabeça aquilo que não sai do coração”.
Percebi então que na luta entre o coração e a razão, quando se tratava de mim mesma, o coração sempre venceria: mentir para mim mesma me fez ver que eu não estava sendo sincera e que tinha que sê-lo. Talvez tenha percebido tarde demais, como costuma acontecer cada vez que nos sentimos meio perdidos, mas fazer isso me permitiu começar a ser feliz.
Olhe para você e velha a verdade na sua face…
Para conseguir fazer isso, tive que me atrever a me olhar por dentro, superar todos os meus monstros e enfrentar o que não queria me ouvir dizer em voz alta. Deixei de mentir para mim mesma quando eu fantasiava demais com qualquer coisa, deixei de mentir para mim mesma quando me apaixonava e não queria, quando pensava que havia superado algo e na realidade não era assim…
“Você merece o melhor do melhor porque você é uma daquelas poucas pessoas que, neste mísero mundo, segue sendo honesta consigo mesma, e isso é a única coisa que realmente conta”.