AS SANTAS PASSEIAM NO INFERNO …

Santa não desiste, se cansa. A Santa tem essa coisa de ir até o fim, esgotar todas as possibilidades, pagar pra ver. A Santa paga mesmo. Paga caro, com juros e até parcelado. Mas não tem preço sair de cabeça erguida, sem culpa, sem "E se"! A Santa completa o percurso e ás vezes fica até andando em círculos, mas quando a Santa muda de caminho, nossa, é fim de jogo para nós. Enquanto a Santa enche o saco com ciúmes e saudade, para de reclamar e agradeça! Porque no dia que a Santa aceitar tranquilamente nos dividir com o mundo, a Santa ficou mais compreensiva, a Santa parou de se importar, já era. Quem ama, cuida! E a Santa cuida até demais, mas dar sem receber é caridade, não carinho! E elas estão numa relação, não numa sessão espírita. A Santa entende e respeita nosso jeito, desde que nós a supramos pelo menos o mínimo das suas necessidades, principalmente emocionais, porque carne tem em qualquer esquina. Muitos homens não sabem, mas além de peito e bunda, a Santa tem sentimentos, quase sempre a flor da pele. São damas, não dramas, procurem entendê-las. Santa não é boneca inflável, só tem quem pode! Levar muitos corpos pra cama é fácil, quero ver conquistar corpo e alma de uma mulher que na verdade são verdadeiras SANTAS.

AS SANTAS DE VIDA FÁCIL….

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Há uma piada que diz que uma prostituta uma “mulher de vida fácil”. 

 Não, as prostitutas não têm uma vida fácil.

Ao contrário: a prostituição, para elas, aconteceu como uma saída natural para a pobreza, para a rigidez familiar, para a solidão. Prostituição é, acima de tudo, uma profissão que só é reconhecida como um bem maior por quem precisa dela – prostitutas e clientes.

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“Cuidei dos meus irmãos e não pude estudar. A gente trabalhava muito na roça. Nós plantávamos cana, milho, mandioca, feijão, melancia. Colhíamos coco para fazer dendê. Minha mãe ia para a ribeira lavar roupa e depois ficava limpando bucho. As pessoas pagavam a ela para salgar aquelas carnes todas. Então, de tarde, lá pelas cinco horas, eu e minha irmã, a gente tomava banho, dava banho nos dois, deixava lá e ia para a ribeira ajudar minha mãe, porque era muita carne, para deixar em casa para os donos irem pegar. Foi assim dos sete aos 14 anos. A minha vida era essa. Infância mesmo de brincar com outra criança a gente não tinha. Era muito trabalho, muito trabalho mesmo.”

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Em vários relatos anteriores, elas falam da infância, do trabalho, dos clientes, dos filhos, dos amores, das dificuldades, da solidão e da amizade. São 9 depoimentos colhidos, que mostram que, por trás da mulher seminua na esquina de Copacabana, no inferninho da Praça Mauá ou na vastidão da Central do Brasil, existem pessoas com sonhos como qualquer “mulher direita”. Pois é isso o que elas são: trabalhadoras com rotinas, ascensão profissional, sonhos de uma melhor vida. 

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O que elas têm em comum: a organização Davida, uma entidade criada para defender e promover os direitos da categoria, por meio de ações culturais, de comunicação, de organização, de educação e saúde, em todo o Brasil. A adesão foi grande, e hoje Davida tem sua própria grife de roupas, a Daspu, que transforma o que antes era “sujo” e “pervertido” em algo contemporâneo e fashion. A grife, que foi centro de polêmica por conta da semelhança com a loja multimarcas de grifes internacionais Daslu, entrou no panteão das etiquetas alternativas cariocas que nasceram travestidas de projetos sociais, como a CoopaRoca (da cooperativa de costureiras da Rocinha) e a Parceria Carioca (do Projeto São Cipriano, em Campo Grande).

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“A Daspu foi tudo pra mim. Até porque eu consegui realizar o meu sonho de criança, de ser modelo. Mas quando a idade chegou, eu vi que não daria mais pra realizar esse sonho. Até saí em revista, jornal e tudo. Melhor foi aquela revista “Vogue” do Brasil. A “Vogue” foi tudo de bom! A primeira vez que eu me vi no jornal comecei a chorar. Liguei pra minha irmã chorando. Sinceramente eu consegui realizar o meu sonho e ainda vou realizar mais ainda… Tem o preconceito com a gente, mas eu acho que esse preconceito já acabou 100%. Eu estou me sentindo (risos).”
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Cida, Maria, Lina, Marilene, Doroth, Rita, Jane, Roza, Dolores e tantas outras – elas são As meninas da Daspu, e nos mostram que, por trás de todo folclore, preconceito, repressão, rótulos e estereótipos existem apenas mulheres que amam, choram, riem e lutam por uma vida melhor.

IGOR HUNSAKER

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Sou o que sou. Sou incoerente por vezes, sou sonhador sempre, temo o desconhecido sem contudo deixar de arriscar, tenho planos e projetos, construí e ví cair em minha frente castelos. Como um anjo voei aos céus mas longínquos, e como um cometa caí. A queda me machucou, contudo me fez mais forte. Sou falho e impreciso. Simplesmente indefinível, enfim sou apenas um IGOR mas, o IGOR HUNSAKER.

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