AS SANTAS PASSEIAM NO INFERNO …

Santa não desiste, se cansa. A Santa tem essa coisa de ir até o fim, esgotar todas as possibilidades, pagar pra ver. A Santa paga mesmo. Paga caro, com juros e até parcelado. Mas não tem preço sair de cabeça erguida, sem culpa, sem "E se"! A Santa completa o percurso e ás vezes fica até andando em círculos, mas quando a Santa muda de caminho, nossa, é fim de jogo para nós. Enquanto a Santa enche o saco com ciúmes e saudade, para de reclamar e agradeça! Porque no dia que a Santa aceitar tranquilamente nos dividir com o mundo, a Santa ficou mais compreensiva, a Santa parou de se importar, já era. Quem ama, cuida! E a Santa cuida até demais, mas dar sem receber é caridade, não carinho! E elas estão numa relação, não numa sessão espírita. A Santa entende e respeita nosso jeito, desde que nós a supramos pelo menos o mínimo das suas necessidades, principalmente emocionais, porque carne tem em qualquer esquina. Muitos homens não sabem, mas além de peito e bunda, a Santa tem sentimentos, quase sempre a flor da pele. São damas, não dramas, procurem entendê-las. Santa não é boneca inflável, só tem quem pode! Levar muitos corpos pra cama é fácil, quero ver conquistar corpo e alma de uma mulher que na verdade são verdadeiras SANTAS.

Era como uma flor, de acordo com minhas próprias convicções…

PACIENTE 291121.10

Uma flor branca, de pétalas esguias e beleza discreta. Havia sido cultivada por meus genitores para crescer cada vez mais forte, para exibir características exuberantes, para progredir. Mas, meus planos eram diferentes. Ora deprimida, ora confiante, sempre voltava para o mesmo poço sem fundo dos pecados. Desisti lentamente de todos os planos morais que desejava concretizar.

Percebi que meus medos de adolescente eram pérfidos – temia faltar em algumas aulas, por exemplo. Permitia fluir de meu seio o orgulho. O prazer em discutir sobre diversos assuntos banais era imenso, mas não havia descoberto todos os segredos ao meu redor. Conheci um rapaz de cabelos longos e feição séria.

Dez anos mais velho. Tez extremamente pálida, altura mediana, corpo magro de maneira mórbida, com ossos visíveis, olhos castanhos e cabelo escuro: cativou-me sem que eu compreendesse por que. Iniciamos uma conversação por intermédio do acaso. Já havia o visto algumas vezes antes, mas não imaginava que passaríamos a nos encontrar semanalmente. Pouco a pouco começamos a permitir carícias respeitosas. Iniciamos um namoro sem trocar palavras. Com ele, passei a admirar o silêncio, algo que nunca havia feito.

Hesitei em nosso primeiro beijo, mas com o passar dos dias, me tornei sedenta. Sentia seu cheiro em todo lugar. Minhas roupas passaram a estar sempre sujas de barro, poeira, folhas, mas também com nossos fluídos: fora de casa, contrariava o que estava resguardando. Havia feito sexo oral apenas duas vezes antes.

O desejo de explorar estas sensações era efervescente. Nos beijávamos com cada vez mais demora. Éramos como animais. Eu era um animal pior que ele, inclusive. Completamente tomada por pensamentos carnais, me apaixonava por aquela pessoa fora do que é considerado correto. Meus pais, sempre preocupados, desejariam minha morte caso descobrissem essa faceta. Era completamente perversa mesmo sendo tão jovem!

Em um desses encontros meu deleite retirou um preservativo do bolso. Fiquei consternada, com insegurança: – não tenho certeza se quero fazer isso agora. – nos desculpamos: eu por recusar, ele por sugerir. Apenas seguíamos realizando sexo oral. O gosto do sêmen era estranho, mas eu gostava de engolir aquilo. Parecia um cão: lambia tudo que fosse posto em minha frente. Ele sempre limpava seus fluidos, parecendo desconfortável com meu comportamento bestial.

Sempre que retornava à casa me encontrava pensativa: estava consideravelmente perto da maioridade. Por que queria tanto me resguardar? Não sabia se ainda era virgem ou não. Já havia sido penetrada antes, mas não havia passado de uma tentativa desajeitada. Era difícil persuadir a mim mesma por tanto tempo… Colocaria minha última promessa em jogo, abandonando o pingo de racionalidade que possuía.

No último encontro começamos a adentrar um bosque juntos. Ele sempre era meu guia, e tratava de desbravar todos os lugares por primeiro para me proteger. Ao abrir caminho, sua mão foi ferida por uma unha de gato. Estranhamente desejei lamber aquele sangue. Eu também sangrava: minha menstruação havia tido início há alguns dias atrás, e meu coração, foi apunhalado diversas vezes por mim mesma. Que dolorosa analogia, não?

Atravessamos uma estrada. Algumas pessoas olhavam para nós, confusas. Caminhamos até as ruínas em que nos encontramos anteriormente, bebemos água em uma torneira, e seguimos até outra floresta próxima. O acesso era difícil e os caminhos eram estreitos por conta das árvores. Chegamos em algum lugar que nunca imaginei estar: uma pequena clareira. Era possível ouvir o doce canto dos pássaros e o som irritante dos veículos cortando o asfalto. Nos beijamos sem proferir uma palavra, e depois, nos deitamos no chão.

Coloquei a cabeça em seu ombro. Recebi carícias em minhas madeixas e retribuí. Os insetos nos atacavam, mas seguimos cortejando um ao outro. Bastava encostar nossos corpos para ficarmos excitados. Revelei que estava no meio do período menstrual, e ele não se importou. Apesar disso, ao tentar realizar sexo oral em mim, deu um passo atrás: – é melhor usar o dedo… – poderia entende-lo. O gosto do sangue era forte.

Notava maestria em sua coordenação. Seu dedo me penetrava de forma que poderia experimentar diversas sensações. Estava começando a me sujar de folhas e barro, mas não me importava. Busquei concentração, e mesmo não atingindo um orgasmo, senti algo semelhante. Ao chegar minha vez, ajoelhei-me e coloquei seu membro na boca. Poderia descrever aquela sensação como um segredo que eu gostava de explorar! Não era boa realizando sexo oral, mas me esforçava. Ambos éramos inexperientes. Nos deitamos novamente, e comentamos sobre alguma coisa relacionada à virgindade. Ele outra vez tirou aquele preservativo do bolso.

– Você sempre anda com isso?

– Não, só trouxe hoje.

Não sentia pressão naquele momento. Não sentia remorso. Não sentia nada. Estava cética. Perderia minha virgindade que estava “pela metade” naquele momento?

– Vamos fazer isso…

O preservativo foi aberto e colocado com cuidado. Cuspi em minha mão e passei a secreção em seu membro. Me abaixei em seu colo, segurando seu pênis, direcionando-o à entrada de minha genitália. Forcei-o com cuidado, e pude senti-lo entrar em mim lentamente. A dor era imensa, sentia como se estivesse sendo rasgada. Era algo desconfortável, mas que de certa forma me causava prazer…! Fui contestada se poderia me mover. Não conseguia fazer nada além de resmungar sobre o desconforto: tentava realizar algum movimento, mas em vão. Sujei sua camiseta branca com sangue. Não sabia se era por causa da menstruação, ou porque estava perdendo o que restava de minha virgindade.

Mudamos de posição. Desta vez estava com os joelhos e as mãos no solo. Fui penetrada novamente, sem qualquer aviso. Podia perceber seu zelo, mas ao mesmo tempo, sentia que seu quadril se movia demasiadamente rápido. Não sabia como reagir. Estava calada, anestesiada. Pouco a pouco a dor diminuía, e eu começava a gemer baixinho. Somente fechava os olhos e respirava de maneira compassiva, sentia uma sensação impossível de ser descrita.

O moço pediu para que eu me apoiasse em uma árvore em nossa frente. Estava de pés descalços, então tinha receio de que existissem aranhas ou espinhos no local. Era um medo espontâneo e ingênuo! Mesmo assim, o fiz. Postei-me frente aquela árvore, sendo possuída de maneira mais violenta. Ele se movia em frenesi, segurando fortemente minha cintura.

Me sentia como uma fêmea sendo possuída por seu macho. Ele arfava como se fosse um lobo. Tinha as mãos grandes e másculas, e feria minha pele com suas unhas. Estava me deflorando completamente. Seu membro encaixava-se perfeitamente em mim, e podia sentir cada centímetro seu entrando e saindo de meu interior, rapidamente. Fui pressionada contra a árvore. Depois de algumas estocadas mais lentas e fortes, ele atingiu seu ápice, ofegante. Percebi o preservativo repleto de sêmen.

Estava exausta, desconfortável por causa da ardência da saliva, do sangue dos e fluidos de meu próprio corpo. Meus pés estavam sujos, os joelhos roxos, e haviam cortes em minha pele, causados pelos galhos da vegetação. Sentia vontade de urinar. Sentei-me parcialmente desnuda no chão, e fui abraçada por ele.

– Você nunca fez isso antes? – eu perguntei, e houve então um silêncio profundo.

– Já fiz uma vez, mas não queria contar porque sentia medo.

– Não poderia julgar você.

– Eu amava uma “guria”, mas quando terminamos quis me vingar dela. A mulher que procurei nem era tão bonita assim.

– Essas coisas acontecem…

– Me arrependo disso.

– Eu também havia feito algumas coisas antes. No passado namorava e desejava me casar, então pensei estar certa sobre essa decisão.

O jovem continuava com a mão postada em meu ombro. Não soltava mesmo durante a revelação desconfortável. Parecíamos ostentar a mesma resiliência.

– Você não vai embora, não é?

– Não, não vou! – Sempre que eu perguntava isso, ele olhava seriamente para meu rosto. Respondia com convicção, me apertando cada vez mais.

– Que bom…

– Depois que te conheci não parava de pensar em ti. Até sonhei com você um dia: você usava um vestidinho caramelo. Não vi seu rosto, mas sabia que era você…!

Continuamos conversando, embrenhados naquela floresta obscura. Sem saber explicar porque, eu estava feliz outra vez.

hunsaker

Sou o que sou. Sou incoerente por vezes, sou sonhador sempre, temo o desconhecido sem contudo deixar de arriscar, tenho planos e projetos, construí e ví cair em minha frente castelos. Como um anjo voei aos céus mas longínquos, e como um cometa caí. A queda me machucou, contudo me fez mais forte. Sou falho e impreciso. Simplesmente indefinível, enfim sou apenas um IGOR mas, o IGOR HUNSAKER.

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