E nunca tivemos tanto acesso à informação, dados e pesquisas quanto hoje.
Contudo, ainda assim, há quem acredite que feminismo é besteira — e que mulher que reclama de assédio é “mal comida”.
Um estupro a cada 4 minutos não é bobagem. 530 mil denúncias de violência contra mulher no ano de 2019 não é pouco. 480 mil mulheres assassinadas entre 2001 e 2020 não é um número irrisório. Os dados levantados pelo Mapa da Violência de 2019 e pelo Balanço dos Atendimentos de 2020 da Central de Atendimento à Mulher revelam que a população brasileira precisa se conscientizar — de vez! — sobre a seriedade do assunto.
O número de assédios verbais e sexuais que acontecem no país, ou seja, as pequenas violências diárias também alcançam patamares preocupantes. Sabe as cantadas inapropriadas, os olhares indiscretos, as apalpadas indevidas, os puxões pelo braço e cintura? Uma pesquisa realizada pelo site Think Olga, através da campanha “Chega de Fiu Fiu”, apontou que 99,6% de 70.762 mulheres já sofreram algum tipo de assédio durante sua vida. Entre os locais mais comuns estão a rua, balada e transporte público. As cantadas vão de “linda” e “gostosa” a “te pegava toda”. Se elas respondem reagem aos elogios grotescos? 73% dizem que não porque têm medo.
Thays Lucas, uma gaúcha de 22 anos, é uma das inúmeras mulheres que já enfrentaram violências marcantes em sua vida. Desde seus 14 anos, tem experimentado sensações muito desagradáveis pelo simples fato de ser mulher. Um homem mais velho já passou por ela e beliscou sua bunda, um garoto já a chamou de linda na rua, um cara já encostou nela dentro do ônibus e a garota já quase sofreu um estupro coletivo. Em alguns casos, ela respondeu para mostrar que “não nos calarão”. Mas, de modo geral, ficou sem ação. O resultado disso tudo? Evita vestir roupas que chamem atenção e pretende pintar seu cabelo para que não a chamem mais de “ruivinha” por onde passa.
Vivi Lemes, de 24 anos, sempre se sente um “lixo” quando recebe alguma cantada, ouve assovios e passam a mão no seu corpo. Ela jamais veste roupas curtas ou decotadas devido ao medo do assédio. “Tenho vergonha e medo todas as vezes em que saio na rua, a qualquer hora. É como se um alarme estivesse soando na minha cabeça”, conta. Mas ela não está sozinha.
Com a garota de 17 anos, Laís Andriotti, não é diferente. Diariamente, ela escuta abusos na rua. Sentindo-se impotente e vulnerável, acha um absurdo a forma que deve mudar sua rotina, trajeto e roupas por causa do medo de ouvir “gracinhas”. “Quando sofro algum assédio, xingo, chamo de machista e faço um escândalo se for preciso!”, relata. Uma vez, esteve frente a um homem que acelerou o passo para encostar em sua bunda. Ela ficou em estado de choque. E ele causou um grande trauma.
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