AS SANTAS PASSEIAM NO INFERNO …

Santa não desiste, se cansa. A Santa tem essa coisa de ir até o fim, esgotar todas as possibilidades, pagar pra ver. A Santa paga mesmo. Paga caro, com juros e até parcelado. Mas não tem preço sair de cabeça erguida, sem culpa, sem "E se"! A Santa completa o percurso e ás vezes fica até andando em círculos, mas quando a Santa muda de caminho, nossa, é fim de jogo para nós. Enquanto a Santa enche o saco com ciúmes e saudade, para de reclamar e agradeça! Porque no dia que a Santa aceitar tranquilamente nos dividir com o mundo, a Santa ficou mais compreensiva, a Santa parou de se importar, já era. Quem ama, cuida! E a Santa cuida até demais, mas dar sem receber é caridade, não carinho! E elas estão numa relação, não numa sessão espírita. A Santa entende e respeita nosso jeito, desde que nós a supramos pelo menos o mínimo das suas necessidades, principalmente emocionais, porque carne tem em qualquer esquina. Muitos homens não sabem, mas além de peito e bunda, a Santa tem sentimentos, quase sempre a flor da pele. São damas, não dramas, procurem entendê-las. Santa não é boneca inflável, só tem quem pode! Levar muitos corpos pra cama é fácil, quero ver conquistar corpo e alma de uma mulher que na verdade são verdadeiras SANTAS.

A SANTA AMANDO O INFERNO… (Paciente 25896)

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A gente se conheceu ainda na adolescência. Aos 18 anos, Felipe era o melhor partido da cidade: lindo, esportista, herdeiro de uma fortuna… e o maior galinha da paróquia! Eu só tinha 14 anos e, confesso, fiquei impressionada com seu interesse por mim. Mas também era bastante esperta para saber que seria apenas mais uma figurinha na coleção do rapaz. Dispensei a cantada e pouco depois perdemos o contato. Só nos reencontramos por acaso em um bar, nos meus 28 anos.  Eu, uma mulher madura e ele, um homem de sucesso! E ele me reconheceu. Nossa conversa durou apenas dois minutos, o suficiente para eu não tirá-lo da cabeça. Aí grudamos e não nos largamos mais.

Com o Felipe, minha vida ficou completa. Desde a primeira vez o sexo foi incrível e só melhorou com o passar dos anos. Eu não conseguia mais olhar para o lado. Não faltava nada em nossa vida – pelo menos era o que eu achava até aquele jantar. Depois de esvaziarmos duas garrafas de vinho, ele me fez a tal proposta. Pedi, então, que me explicasse. “É aquela fantasia do marido de ver a mulher fazendo sexo com outro homem”, respondeu ele. “Fico louco de tesão só de imaginar você transando com um estranho na minha frente”, completou. Como estávamos um tanto quanto embriagados, o susto virou piada. “Você está louco?!”, perguntei. Felipe explicou que ninguém o excitava como eu, mas que, de tanto ver como impressiono os homens na rua, começou a pensar a respeito. Minha reação imediata foi dizer um não. Primeiro: não queria transar com mais ninguém. Segundo: mesmo se desejasse, não faria isso com meu casamento, que era bom demais para pôr em risco. Terceiro: eu não sabia se conseguiria transar com meu marido olhando.

“Escolheremos o homem certo, bom de cama e discreto”, dizia para me convencer. “Você faz com ele tudo o que tiver vontade. Depois vamos para casa e nunca mais vemos o cara”, disse. “E você?”, perguntei. “Quero saber como minha mulherzinha transa com outros homens, ver o prazer que dá e sente”, repetia, como se fosse a coisa mais natural do mundo. Transamos aquela noite com ele aos sussurros no meu ouvido, descrevendo o que os outros amantes fariam comigo e como eu me comportaria. Nos dias que se seguiram, voltamos à rotina. Meu marido, espertinho, sabe que o melhor jeito de me convencer é não insistir. Apesar disso, comecei a olhar para outros homens e imaginá-los na cama, ao mesmo tempo que me apavorava só de imaginar como morreria de culpa no dia seguinte. Uma semana depois, ele trouxe o assunto à tona e perguntou se eu pensara nele. Minha resposta era não. Então, chegamos a um acordo: a ideia poderia surgir nas nossas conversas na cama, mas não sairia de lá.

Assim foi, até que o Fê mandou um e-mail, no meio do trabalho, com o link de um site especializado em wife sharing. Havia milhares de pessoas cadastradas: homens oferecendo a esposa, mulheres procurando homens para satisfazê-las diante do marido. Pode parecer estranho, mas ver aquilo me aliviou – não éramos o único casal no mundo a falar sobre essa loucura. O Felipe então propôs levar um pouco mais longe o nosso acordo: e se nos inscrevêssemos, só para ver o que aconteceria? Assim, poderíamos também participar dos chats e seria excitante. Resisti um pouco, mas a verdade é que estava doida de curiosidade. Naquela noite mesmo entramos na internet e preenchemos a ficha, com direito a fotos minhas sem roupa (o rosto, lógico, não apareceu). Foram poucos minutos até sermos inundados por convites de outros internautas, todos interessados em transar comigo. Eles queriam saber quais eram as minhas posições preferidas e prometiam realizar cada um dos meus desejos.

Por dois meses entramos no site noite sim, noite não. Ser desejada por tantos amantes tinha mesmo um poder afrodisíaco. Não era tudo perfeito, claro: a maioria dos caras está ali apenas para se excitar. Só falam palavrões, são grosseiros, querem ir direto ao ponto, cometem erros de português desanimadores, mandam fotos pavorosas. Em oito semanas, fiz sexo virtual com uns 50 homens, sempre com o Fê do lado, se deliciando com a minha safadeza, dando sugestões para eu deixar os sujeitos loucos de vontade de me devorar. Desligávamos o computador com tanto tesão que a fantasia evoluiu. Formulamos as regras: encontraríamos os “eleitos” em outra cidade, em lugares públicos. Conversaríamos antes e, só depois de aprovarmos a pessoa, seguiríamos juntos para o motel. A qualquer momento, eu poderia mudar de ideia. E nunca mais, em hipótese alguma, voltaríamos a ver o homem em questão.

Marcamos o primeiro encontro em um bar de São Paulo, a centenas de quilômetros da nossa casa. Tarso, como ele se apresentava, chegou com alguns minutos de atraso. Piloto de helicóptero, divorciado, 37 anos, moreno, sarado, alto, cabelo raspado, olhos verdes, queixo quadrado, cara de homem com H maiúsculo. Admito que os primeiros minutos de conversa são esquisitos – todo mundo sabe o que foi fazer ali, mas finge que não tem ideia. Tomei a iniciativa de perguntar como ele entrou na onda. Tarso contou que sempre teve verdadeira tara por mulheres casadas e já praticava wife sharing havia anos. Conhecia muito bem as regras e aceitaria as nossas. Conversamos sobre assuntos banais, mas era difícil disfarçar a excitação. Sacando o clima, ele pediu licença, momento em que eu e Felipe dissemos sim um para o outro. Na volta, Tarso sentou do meu lado e me beijou. Enfiou a mão por baixo do vestido e levou a minha até sua braguilha. Abri os olhos algumas vezes e vi o Fê excitadíssimo, tentando acompanhar o que acontecia sob a mesa. Desencanei de vez e deixei rolar. Por pouco não transamos ali mesmo.

Quando ficou indisfarçável, fomos para o motel. O Felipe na frente, dirigindo; eu atrás, com Tarso. Ele tirou meu vestido, beijou meus seios, abriu a calça. Enquanto isso, o Fê observava pelo retrovisor. Na suíte, fomos direto para a cama. Nem precisamos de preliminares. Transamos por uma hora antes de desmaiarmos de tanto chegar ao clímax. Meu marido? Sentado na cadeira ao lado, assistiu a tudo e fez sexo solo. Enquanto transávamos, Tarso fazia comentários para ele. “Nossa, como a sua mulher é gostosa…” Olhei muitas vezes para o Fê, em busca de aprovação – e também para provocá-lo. Ele devolvia o olhar cheio de paixão. Só quem experimenta consegue entender esse tipo de sintonia. Tarso e eu transamos outras três vezes aquela noite. Longas sessões de sexo oral, praticamente metade das posições do Kama Sutra e até o mais íntimo dos sexos, o anal. Sempre de camisinha, claro. Perdi a conta de quantas vezes fui aos céus, a ponto de gritar.

O Felipe só assistiu e, em alguns momentos, manteve o rosto a alguns centímetros de nós, como se fosse um cientista estudando pela primeira vez aquele encaixe fabuloso. Parecia nem piscar. Saímos de lá direto para o nosso hotel. Meu amante, não tenho uma palavra melhor para chamá-lo, ficou no caminho, sem despedidas nem promessas de reencontro. Nas 24 horas seguintes, Felipe e eu transamos sem parar. Nunca o vi tão excitado. Foi diferente de todas as nossas transas. Ele tentava se superar e ser ainda melhor que o homem que me teve horas antes. Conseguiu. Havia amor, paixão, desejo e intimidade em doses sobrenaturais. Terminamos com muitos “Eu te amo”. Nos meses seguintes, nem sequer entramos no site. Não precisávamos – aquela noite foi inesquecível e serviu de combustível por muito tempo. Até que o Fê sugeriu nova investida. Escolhemos outro dos nossos preferidos e marcamos a data. Dessa vez, porém, não rolou: o cara não me atraiu e saímos do bar sozinhos. Um mês depois, encontramos o terceiro da lista: Gustavo, quarentão, com o maior equipamento que já vi na vida. Passamos uma noite ainda mais intensa. Ele não se cansava nunca e gastamos metade do estoque de camisinhas do motel.

Faz dois anos que começamos esse jogo. Já transei com oito amantes na frente do Felipe. Dei sorte de escolher bem: todos ótimos na cama, realizaram meus desejos, me encheram de elogios. Nunca reencontramos nenhum deles. Poderíamos parar agora, e tenho certeza de que nossa vida sexual continuaria maravilhosa. Pode parecer estranho, mas o Fê permanece ciumentíssimo em outras ocasiões. Por exemplo, ele odeia todos os meus ex-namorados. Não sei exatamente qual é o efeito psicológico de realizar essa fantasia. Entre nós, funciona assim: ao me ver desejada por outros, o Felipe se sente mais viril por ser o verdadeiro “dono”. E, diante dos meus gemidos com a concorrência, capricha para não perder o posto de número 1. Além disso, a aprovação desses homens faz com que ele se reapaixone por mim – como se revisitasse as minhas qualidades através do olhar alheio.

Apesar de tudo isso, por mais prazer que eu sinta com outros, eles só me ajudam a enxergar quanto meu marido é incrível.

HUNSAKER.

 

hunsaker

Sou o que sou. Sou incoerente por vezes, sou sonhador sempre, temo o desconhecido sem contudo deixar de arriscar, tenho planos e projetos, construí e ví cair em minha frente castelos. Como um anjo voei aos céus mas longínquos, e como um cometa caí. A queda me machucou, contudo me fez mais forte. Sou falho e impreciso. Simplesmente indefinível, enfim sou apenas um IGOR mas, o IGOR HUNSAKER.

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